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De frente para Bianca - Especial Celi

Olá Meus Queridos e Queridas!
Resolvi mudar um pouco e fiz uma entrevista com uma pessoa maravilhosa chamada Celi Nuness.
Espero que vocês gostem e se inspirem um pouco em grandes exemplos como o dela.

Celi Nuness, Brasileira, nascida em Araraquara. 
Aos 17 anos, perde o pai acidentalmente e a partir desse momento se vê em uma situação de colocar os pés no chão e tomar frente de grandes responsabilidades. 
Até esse momento estudava moda e decidiu deixar o sonho de lado e começou a estudar economia, porque sempre teve facilidade com números.
Aos 24 anos decidiu passar um ano em arraial da Juda e lá conheceu o Esteban, um Argentino que estava passando férias. Foram se conhecendo e conhecendo. Nessa época não existia celular, Facebook e como Esteban é argentino se falavam por telefone, com o tempo resolveram ficar juntos e se casaram. Naquela época não era tão fácil um argentino ir morar no Brasil e resolveram que o melhor seria ela ir morar na Argentina.


Gostou da descrição acima?


Então vamos lá


B - Como foi vir morar em Buenos Aires?
C: Os meus dois primeiros anos aqui foram os piores, ficava o tempo inteiro comparando o Brasil com a Argentina. Vim casada com um Argentino e fui muito bem recebida por eles, o grande detalhe é que como vim em 2000 e a Argentina estava passando por uma grande crise, mas era muito seguro, não existia pessoas morando na rua, era muito fácil voce encontrar produtos importados, era simples e sem burocrácia. Nunca morei de aluguel, mas para comprar e alugar era imensuravelmente mais barato. A primeira vez que acabou a água, liguei para a minha ex sogra e ela me explicou o que eu poderia fazer, ficamos 3 dias sem água. Durante um bom tempo rejeitei a comida daqui e comia arroz com batata. 

B: Foi difícil fazer amizades?
C: Durante muito tempo, procurei estar em locais onde poderia encontrar com brasileiras(os) para fazer amizade, ia em uma igreja que a cada 2 meses rezavam uma missa em portugues, porém a minha experiencia com brasileiros por aqui nao foi das melhores, sempre que havia algum evento acontecia alguma confusão. As pessoas que mais me decepcionaram aqui foram os brasileiros. Resolvi que deveria fazer amizades com as pessoas daqui e comecei a fazer amizades com as maes dos colegas do meu filho, na padaria, mercado e hoje são as minhas melhores amigas. 

B- Como foi a experiência de ser casada com um argentino?
C: Ele nunca me deu problemas no sentido de olhar para outras mulheres na minha frente, mas ele me dava muitos problemas com os amigos, saia e demorava horas para voltar. Os amigos estavam sempre em primeiro lugar e com o tempo aprendi a valorizar mais as amizades. Ele era muito tranquilo, porém faltava emoção. Me respeitava muito e costumava mentir quando saia.

B- Me conta um pouco sobre como foi o nascimento do seu filho

C: Resolvi que gostaria de que meu filho nascesse no Brasil, por conta de que a família do meu ex marido era toda da justiça e caso eu quisesse me separar dele um dia, poderia levar meu filho comigo, então resolvi tê-lo no Brasil e no final meu ex também concordou porque como eu tinha meus médicos de cabeceira no Brasil ele sentia mais confiança neles. Com 21 dias de nascimento, trouxe meu filho para Buenos Aires e hoje meu filho tem 14 anos.

B: Como foi educar seu filho estando em outro país? 
C: Meu filho sempre teve muito orgulho de ser brasileiro e tem muita facilidade com idiomas. Quando era criança ele tinha certa dificuldade, pois sempre falei em portugues com ele e na escola todos falavam em espanhol, então pedi um documento na embaixada dizendo que se meu filho falasse alguma palavra em português não deveria ser prejudicado, pois ele é bilingue. Meu filho com 8 ou 9 anos conseguiu separar os dois idiomas e aprendeu a utilizar os idiomas nos devidos momentos. Ao estudar sempre fazemos o resumo em português e ele escreve na prova em castellano. No quesito futebol, meu filho é fanático, não gosta de jogar, mas adora ver. Quando o Brasil perdeu na copa para Holanda, todos os amigos tiraram sarro dele e ele ficou doente.

B: Como foi ficar longe da sua mãe?
C: Era muito difícil e sempre que acontecia algo ficava super preocupada porque não podia fazer muita coisa a distância. Um dia liguei para a minha mãe e descobri que ela havia sido intoxicada por uma tinta, pois ela pintava. E resolvi trazê-la para viver em Buenos Aires, ela veio e alugou um apartamento. Quando me separei, resolvemos morar juntas.

B: Voce poderia me falar um pouco sobre a separação?
C: Foi muito difícil, porque depois de um certo tempo descobrimos que nos viamos como amigos, sempre cuidei muito dele. Ficamos um ano sem fazer sexo e quando ia acontecer dávamos risadas. Fizeram terapia de casal, porém ele mentia na terapia e acabou não funcionando. Um dia brigamos no carro e ele sumiu. Quando sumiu, entrou em contato com uma amiga advogada e ela aconselhou que seria interessante publicar nas redes sociais, pois ele tomava medicação psiquiátrica e tinha medo que falassem que ela abandonou um incapaz. 

B: Como conheceu seu atual marido?
C: O conheci através da publicação do meu marido desaparecido, o Alejandro me escreveu e começamos a conversar muito pelo msn. Pediu o divórcio e o conheci pessoalmente no dia da audiência de conciliação. Me apaixonei perdidamente, tudo aconteceu rapidamente, depois de umas 3 saídas ele falou que queria algo sério comigo. Quando completamos 1 ano juntos, resolveram fazer uma viagem em família, pois assim como eu, ele tinha filhos de outro casamento e até o momento eles nunca haviam sido apresentados. Porém, ele sofreu um acidente e todos foram apresentados no hospital. Amadureci ainda mais com a situação, porque como ele é espanhol, não tinha ninguém para assinar toda a documentação do hospital e tive que resolver tudo sozinha. 
Atualmente, nossos filhos são muito amigos, cuido muito de todos eles e somos muito felizes.

B: Celi, o que voce aconselha para quem esta chegando?

C: O conselho que eu daria, seria o contrário do que eu fiz. Venha disposta, voce vem para um país diferente, com uma cultura diferentes, aberta a novas experiencias. Se voce quis vir, deixe o Brasil para trás, aqui é maravilhoso se voce tiver essa mentalidade. Coisas que complique a sua vida, como quando falta luz e nao volta mais, quando termina a agua e nao volta mais, aqui não é como o Brasil, sao coisas que acontecem e voce veio por que quis. Deixe a comparação para lá, viva a realidade daqui. Os argentinos tomam agua da torneira, vivem dessa maneira e ninguém morreu. Venha de peito aberto e se adapte as coisas como elas são. Só comecei a amar a Argentina, quando comecei a ser argentinizada.






Espero que voces tenham gostado, se voce assim como a Celi quer relatar sua história por aqui, fique a vontade de me escrever!
Beijos Beijos

















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